O projeto de pesquisa “Feminicídios na cobertura jornalística: permanências e mudanças em padrões de tratamento”, coordenado pela professora Terezinha Silva, foi contemplado com recursos do edital Universal 2023 do CNPq. O projeto foi submetido em agosto de 2023 à chamada pública CNPq/MCTI Nº 10/2023 – Faixa A. Das 37 propostas submetidas por pesquisadores(as) de todo o Brasil, 14 foram recomendadas para a aprovação e o projeto sobre cobertura de feminicídios ficou na 7ª colocação.
A professora Terezinha explica que o projeto visa a dar continuidade à pesquisa sobre cobertura jornalística de feminicídios iniciada em Santa Catarina no ano de 2021, que teve financiamento da FAPESC (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina) e apoio da Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina. A pesquisa foi realizada no âmbito do grupo Transverso e concluída em abril de 2023.
Agora, acrescenta ela, o propósito é ampliar o escopo da investigação, com estudos sobre a cobertura no contexto nacional do Brasil e articulações com pesquisadoras de outros países. O objetivo, segundo ela, é investigar o problema em seus diferentes contextos e fazer estudo comparado, como o que ela está realizando durante o seu estágio de pós-doutorado. O pós-doutoramento está sendo feito parte na Universidade de Sevilha, na Espanha – país considerado uma referência no combate à violência de gênero no contexto europeu – e parte a ser feita a partir de março de 2024 junto à Universidade Federal do Pará.
“Esta nova etapa da pesquisa sobre feminicídios, na realidade, já começou. Um dos objetivos deste período de pós-doutorado na Espanha é justamente analisar o padrão de tratamento jornalístico da violência de gênero e da cobertura de feminicídios neste país, assim como o debate público sobre o problema e as ações e políticas públicas de enfrentamento”, diz a professora, que neste momento faz seu período de pós-doutoramento na Universidade de Sevilha, até o final de fevereiro, quando regressa ao Brasil.
O projeto financiado pelo CNPq terá duração de três anos. Segundo a professora, os recursos previstos na proposta apresentada serão destinados para capital e custeio, como a compra de equipamentos, que são transferidos para o patrimônio da UFSC; a manutenção e atualização do site do grupo de pesquisa; a produção de materiais educativos relacionados à prevenção das violências de gênero que estão na base dos feminicídios; e a publicação de um livro.