Artigo discute potencial do jornalismo para “aleijar” valores capacitistas e excludentes

A inclusão discursiva de mulheres com deficiência no jornalismo tem potencial transformador na medida em que promove e dá a conhecer diferentes perspectivas, capazes de questionar e “aleijar” valores vigentes – capacitistas e excludentes.  Este é um dos principais argumentos desenvolvidos  pelas pesquisadoras do Transverso Thais Araujo e Terezinha Silva em artigo publicado esta semana na espanhola Ámbitos – Revista Internacional de Comunicación. O trabalho é parte das investigações da tese de doutorado que Thais Araujo desenvolve no programa de Pós-Graduação em Jornalismo da UFSC, sobre a orientação da professora Terezinha Silva.

 “A partir de uma perspectiva teórica de direitos humanos, vulnerabilidade e interseccionalidade, observamos que, quando mulheres com deficiência, historicamente silenciadas, são mobilizadas como fontes de informação nos relatos jornalísticos, elas ajudam a produzir conhecimento e contribuem para a construção de representações mais humanizadas e emancipatórias”, disse Thais.

Como o titulo “Inclusión discursiva de mujeres con discapacidad y el potencial del periodismo para producir representaciones emancipadoras”, o artigo está estruturado como um ensaio. Baseado em pesquisa bibliográfica, desenvolve o argumento sobre os limites ainda existentes nos meios tradicionais de comunicação para incorporar as vozes, temas e perspectivas das pessoas com deficiência. O artigo também apresenta exemplos de iniciativas jornalísticas com perspectiva feminista e interseccional do contexto brasileiro. Eles ajudam a evidenciar aspectos do potencial de inclusão discursiva das mulheres com deficiência nos relatos jornalísticos para discutir valores capacitistas e excludentes que sustentam representações vigentes e criam obstáculos para o debate sobre os seus direitos.

O artigo completo está disponível neste aqui.