Pesquisadora do Transverso participa do III Simpósio sobre Feminicídios na UEL

Completado o “Agosto Lilás”, mês dedicado à conscientização e combate à violência contra as mulheres, a professora Daiane Bertasso, do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo (PPGJOR) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e uma das líderes do grupo de pesquisa Transverso/PPGJOR/UFSC, participou do III Simpósio sobre Feminicídios: reflexões sobre incidências, notificações e (in)visibilidades, nos dias 27, 28 e 29 de agosto, na Universidade Estadual de Londrina (UEL). O evento interdisciplinar é uma iniciativa do Laboratório de Estudos de Feminicídios (Lesfem) da UEL, projeto que visa produzir e analisar dados sobre crimes de feminicídios no Brasil, no qual a professora Daiane está realizando um período de pesquisa de pós-doutoramento, sob a supervisão da coordenadora do Lesfem professora Silvana Mariano. Além do Lesfem da UEL, o evento foi organizado também por pesquisadores/as da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Professora Daiane Bertasso do PPGJOR/UFSC e professora Silvana Mariano (UEL), coordenadora do Laboratório de Estudos de Feminicídios (Lesfem) e do Monitor de Feminicídios no Brasil (MFB)

No Simpósio, a professora Daiane apresentou o trabalho “Os 10 anos da Lei do Feminicídio na cobertura jornalística do portal G1: a violência de gênero é ou não contextualizada?”, pesquisa com a coautoria da professora Silvana Mariano, que teve o objetivo de refletir como foi a cobertura jornalística do portal G1 sobre os 10 anos da Lei do Feminicídio, analisando como a violência de gênero é ou não contextualizada, considerando a perspectiva da interseccionalidade. Em 9 de março deste ano, a Lei Nº13.104/2015, conhecida como a Lei do Feminicídio, completou 10 anos, sendo que no ano passado, a Lei Nº 14.994, de 9 de outubro de 2024, tornou o crime de feminicídio autônomo, com penas mais severas para o assassinato contra mulheres e meninas motivado por violência doméstica ou discriminação de gênero, com pena mínima de 20 anos, e máxima de 40 anos.

Na cobertura jornalística do portal G1 sobre os 10 anos da Lei do Feminicídio, “avaliamos que o feminicídio é majoritariamente entendido como um problema público de violência de gênero, entretanto, ainda pouco contextualizado pela perspectiva da interseccionalidade (raça, classe, sexualidade etc.) que perpassa as relações de poder”, sintetizam as pesquisadoras Daiane e Silvana. Este trabalho se soma às pesquisas desenvolvidas no Transverso desde 2021 sobre a cobertura jornalística de feminicídios, sob a coordenação da professora Terezinha Silva.

Além da apresentação do artigo, a professora Daiane participou como debatedora na Seção Temática online sobre Feminismos, ativismos e políticas públicas e participou do minicurso “Monitoramento de Feminicídios no Brasil – Produção de Contradados e Ativação da Memória Social”, com a professora Silvana Mariano (UEL), coordenadora do Lesfem e do Monitor de Feminicídios no Brasil (MFB). Mais informações sobre o Lesfem e o MFB em https://sites.uel.br/lesfem/

O III Simpósio sobre Feminicídios teve uma programação ampla e diversificada, com conferências, mesas redondas, minicursos, seminários temáticos, mostra de experiências no enfrentamento da violência contra a mulher e atividades culturais, reunindo professores/as, estudantes, pesquisadores/as, gestores/as e ativistas de diversas regiões do Brasil.