Oficina debate ações de combate ao machismo nas redes

Misoginia, desinformação e os discursos da chamada “machosfera” foram discutidos através de uma abordagem prática na oficina “Aprenda a combater o machismo nas redes”. A atividade aconteceu na Famecos, da PUC RS, ao longo do dia 30 de abril. Foi conduzida pela professora Fernanda Nascimento, pesquisadora do grupo Transverso/PPGJOR/UFSC.

Com foco no impacto da circulação de conteúdos que promovem o machismo, a oficina expôs estratégias discursivas de desinformação que são utilizadas para reforçar tais ideias. Fernanda também destacou figuras públicas femininas que estão sob constante ataque de grupos masculinistas e como essas ações visam inferiorizar e  diminuir a legitimidade de suas lutas. Como exemplo, as pessoas participantes da oficina analisaram o documentário sobre a feminista Maria da Penha. O audiovisual foi realizado pela produtora de conteúdo Brasil Paralelo e é alvo de ação judicial por propagar desinformação. 

Na oficina também foi apresentada a origem da  “machosfera”, grupos masculinistas que há alguns anos fazem ativismo sobretudo na internet e redes sociais, principalmente contra pautas que visam a ampliação de direitos das mulheres e outras identidades de gênero. Propagam misoginia, racismo, capacitismo, nacionalismo e outras pautas de grupos de extrema-direita. Em crescente popularidade atualmente entre os jovens, o movimento surgiu na década de 1970, nos Estados Unidos, mas hoje se manifesta em grupos online que buscam monetizar o desprezo pelas mulheres.

A oficina alerta para a necessidade de identificar os conteúdos, suas estratégias de compartilhamento e combatê-los com conhecimento e senso crítico.  

A professora Fernanda Nascimento é uma das participantes do projeto Manosfera, coordenado por professoras da Universidad Complutense de Madrid, na Espanha, do qual participam também as professoras Terezinha Silva e Daiane Bertasso, do Transverso/PPGJOR/UFSC. O projeto investiga a atuação de grupos masculinistas e a propagação de misoginia e violência contra as mulheres na internet e redes sociais.

Com informações do Laboratório Jornalismo – Famecos/PUC RS.