A pesquisa dá continuidade a projeto anterior, coordenado pela professora Gislene Silva, que se dedica ao estudo de aportes teóricos e técnicos para uma crítica cultural da notícia. Na perspectiva metodológica adotada na pesquisa, as análises particulares se localizam em práticas de críticas veiculadas nos meios de comunicação e as teorias abrangentes são procuradas na pesquisa acadêmica sobre a problemática. Na perspectiva epistemológica, a observação está justamente em como se dá a relação entre críticas de objetos midiáticos particulares e teorias abrangentes. Interessa, assim, tanto as críticas de notícias que circulam pela própria mídia como as críticas acadêmicas à cobertura jornalística; ambas as interpretações amparadas em estudos da crítica de mídia e da cultura midiática. Na etapa atual, centra-se na investigação da crítica de cobertura jornalística pela perspectiva acadêmica, com atenção em questões de método para analisar e criticar coberturas e também em ações de contra-hegemonia observadas em coberturas jornalísticas no contexto da grande desigualdade social brasileira. A pesquisa tem como objetivos: enfrentar o próprio conceito de crítica no campo da cultura midiática e, em particular, do jornalismo; estudar modos de se fazer a crítica de cobertura jornalística, aperfeiçoando metodologias específicas, como o método de Análise de Cobertura Jornalística (ACJ); analisar críticas de especialistas e do público em correlação com a crítica acadêmica; fazer crítica da crítica acadêmica de coberturas já realizadas, identificando as diferentes teorias críticas as orientam; e situar a crítica de jornalismo no debate sobre hegemonia e nas ações de contra-hegemonia das coberturas jornalísticas no contexto da grande desigualdade social brasileira. Interessa à pesquisa discutir silenciamentos e enquadramentos de coberturas jornalísticas em mídia mainstream e em mídias alternativas, procurando mostrar tanto as escolhas das coberturas que reforçam todo tipo de hegemonia (de classe, gênero, ocupação de espaço, educação, direitos etc.), como também ações de cobertura em favor de grupos minoritários e da diminuição das desigualdades sociais.
Financiamento: CNPq, através de Bolsa de Produtividade em Pesquisa.