A dissertação O futebol de mulheres na revista Placar (2015-2020) foi defendida no dia 17 de abril pela agora mestra Letícia de Castro. A pesquisa contou com a orientação da professora Daiane Bertasso e teve como banca avaliadora as professoras Terezinha Silva (UFSC) e Leda Maria Costa (UERJ). A pesquisa trata do futebol de mulheres no jornalismo esportivo brasileiro e se propôs a identificar e analisar a forma como a modalidade e as atletas foram abordadas pela revista Placar entre 2015 e 2020, anos que envolvem duas edições da Copa do Mundo Feminina e os Jogos Olímpicos sediados no Rio de Janeiro. Foram analisadas 72 edições completas da Placar, escolhida para a análise por ser a mais antiga e tradicional revista esportiva em circulação no país.
A pesquisadora Letícia de Castro explica que, para alcançar o objetivo proposto, buscou mapear os temas referentes ao futebol de mulheres em todas as 72 edições da revista que fazem parte do estudo. A partir disso, foram definidas cinco categorias analíticas que resumem o modo como a temática foi tratada pela revista Placar: estereótipos de gênero, comparação, campeonatos e informações técnicas, obstáculos e retratação. Os resultados apontaram uma baixa quantidade de publicações sobre o futebol de mulheres durante o período analisado (2015-2020), com destaque para os anos de 2017 e 2018, com apenas duas publicações em cada um deles. De forma geral, a edição especial dedicada ao futebol de mulheres publicada em novembro de 2019 e a postura da revista em se retratar quanto à abordagem estereotipada e sexista adotada nas décadas anteriores foram os pontos positivos identificados no estudo.
Em sua pesquisa, Letícia conclui “que um novo cenário vem sendo construído para uma mudança mais efetiva desses discursos sexistas e desrespeitosos para materiais mais focadas no perfil tático e de jogo das atletas, assim como nos resultados e feitos das jogadoras, árbitras e comissão técnica”. Além disso, o estudo ressalta a importância histórica do debate feminista que vem ganhando cada vez mais visibilidade nos meios de comunicação nos últimos anos, especialmente, em espaços e em artefatos culturais, como é o caso do futebol, tem sido um importante instrumento político e meio de reivindicação de direitos e conquistas de espaços antes negados às mulheres.