A professora Terezinha Silva, a doutoranda Thais Araujo, o doutorando Luiz Henrique Zart e o mestrando Ricardo Alves Pereira participam do 22º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo, da Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor), que acontece desde a quarta-feira, 06 de novembro, na Universidade Federal do Pará.
Na quinta-feira, 07, a professora Terezinha abriu a sessão de trabalhos na Rede de Pesquisa Antonietas – Gênero, Jornalismo e Interseccionalidades, com a apresentação do paper “Violência de gênero e fontes de informação: apontamentos para um debate sobre qualidade da cobertura jornalística de feminicídios”.
No estudo, ela analisa a cobertura de feminicídios na Folha de S. Paulo, a partir de uma amostra de matérias publicadas no ano de 2023. A professora destacou que o trabalho visou compreender o tratamento do feminicídio em mídia de circulação nacional; avaliar a qualidade das matérias publicadas com indicadores sistematizados a partir de pesquisas anteriores sobre o tema; analisar o modo como as fontes de informação condicionam a discussão sobre o problema público da violência de gênero; e refinar um protocolo de análise de cobertura jornalística de feminicídio que tem sido utilizado nas pesquisas sobre feminicídio desenvolvidas no Transverso.
O estudo é parte de um projeto de pesquisa mais amplo, com previsão de duração de três anos e financiado pelo CNPq, que investiga padrões de cobertura jornalística de feminicídios em diferentes contextos (internacional, nacional, estadual) e tipos de mídias (as comerciais e as com perspectiva feminista e interseccional).
Na sexta-feira, 08, foi a vez da doutoranda Thais Araujo apresentar, também na Rede de Pesquisa Antonietas, o trabalho intitulado “Articulação entre deficiência e gênero em pesquisas sobre jornalismo nos 20 anos da SBPJor”. A pesquisadora identificou 17 artigos que abordam questões da deficiência publicados em anais da SBPJor entre os anos 2003 e 2023 e observou em que temáticas eles inserem a deficiência, que abordagem da deficiência se faz e se e em que medida articulam os estudos da deficiência aos estudos de gênero e feministas para propor contribuições às práticas e teorias do Jornalismo.
Em síntese, a análise aponta que há certa regularidade, evidenciando a baixa ocorrência ou inexistência de pesquisas sobre deficiência em estudos de jornalismo apresentados na SBPJor e a completa ausência da articulação deficiência e gênero nas pesquisas analisadas, indicando uma importante lacuna para a reflexão sobre práticas e estudos em Jornalismos.
No mesmo dia, o mestrando Ricardo Alves Pereira apresentou o paper “Desinformação política em contexto de eleições: uma análise dos editoriais publicados por Folha de S.Paulo e The New York Times”, produzido em parceria com as doutorandas Renatha Giordani e Kalianny Bezerra. O trabalho buscou investigar como The New York Times, em 2020, e Folha de S.Paulo, em 2022,abordam a desinformação e se posicionam diante desse fenômeno durante anos eleitorais em seus respectivos países. Por meio da Análise de Conteúdo Qualitativa, aplicada a um corpus de 40 editoriais publicados pelos veículos, o trabalho indica que houve convergência na compreensão das possíveis implicações que conteúdos falsos podem levar às sociedades democráticas. Os resultados também mostra que as organizações destacam representantes políticos como os principais agentes desinformativos; além disso, adotam uma postura predominantemente de observadoras críticas em relação ao fenômeno da desinformação.
Ainda na sexta-feira, 08, o doutorando Luiz Henrique Zart apresentou o trabalho intitulado “A pequena área da imprensa brasileira: Uma proposta de pesquisa sobre o discurso do jornalismo esportivo”. No artigo, que é parte de um projeto de pesquisa de doutorado em jornalismo, ele reflete sobre as contradições do jornalismo esportivo, sobretudo o que trata de futebol, enquanto área menor. Busca compreender de que forma o discurso de jornalistas esportivos brasileiros tensiona contradições do campo como uma área menor, sui generis ou não-jornalística. A direção metodológica considera a perspectiva que jornalistas esportivos brasileiros têm de si e do campo, por meio de uma análise de discurso de perspectiva francesa a ser feita após a realização de entrevistas em profundidade, para que pensem sobre as contradições desta pequena área da imprensa brasileira.