As pesquisas realizadas no Grupo Transverso, expressas nas duas linhas criadas em sua fundação (Discurso e crítica; Interesse público e cidadania) envolvem estudos articulados a projetos de investigação coordenados e/ou orientados pelas professoras Daiane Bertasso, Gislene Silva e Terezinha Silva. As pesquisas abordam, portanto, temas e problemas que vêm sendo priorizados pelas pesquisadoras nos anos recentes.
Um desses eixos priorizados tem sido o aprofundamento de uma abordagem teórica e metodológica mais densa sobre acontecimento, inspirada em uma perspectiva pragmatista. Estuda-se acontecimentos da atualidade tratados pela cobertura jornalística que revelam questões da vida coletiva – tais como a imigração, a violência de gênero, a corrupção, o impacto de desastres e tragédias socio-ambientais e o modo como tais problemas públicos são tratados na esfera social e midiática.
Em articulação à problemática dos acontecimentos e questões públicas tem-se estudado a construção de representações ou imagem de figuras públicas que atuam no contexto desses acontecimentos e/ou de segmentos sociais excluídos que lutam por reconhecimento e cidadania, a exemplo de imigrantes, comunidades ciganas, pessoas com deficiência, etc.
No grupo também ganha relevância os estudos desenvolvidos sobre cobertura jornalística, explorando uma concepção mais complexa e ampliada de cobertura, que a entende não apenas como as estratégias de apuração empreendidas por jornalistas na produção de conteúdos informativos como também toda a produção relacionada ao chamado jornalismo opinativo, a exemplo de editoriais, colunas de opinião, entre outras peças jornalísticas.
Outro eixo importante de pesquisas feitas no grupo são as relacionadas à crítica de mídia. O interesse se volta principalmente para os critérios e modalidades de crítica de mídia, com centralidade na crítica de jornalismo, sob a inspiração de como se constituíram as críticas de cinema e de literatura, mais consolidadas. O propósito fundamental é o de tratar a crítica de mídia como campo próprio de pesquisa e ensino. Interessa tanto as críticas de notícias que circulam pela própria mídia como as críticas acadêmicas à cobertura jornalística; ambas as interpretações amparadas em estudos da crítica de mídia e da cultura midiática. Destaca-se no Transverso também os estudos de gênero, com pesquisas que têm contribuído para renovar teorias e abordagens sobre o Jornalismo e as questões de gênero. Em especial, pesquisas que se preocupam em compreender as contribuições das práticas jornalísticas com perspectiva de gênero relacionando com as teorias de gênero e as teorias e fundamentos jornalísticos, oportunizando uma reflexão teórica e epistemológica. Tais reflexões consideram as questões de gênero articuladas a outras interseccionalidades, como raça, classe, geração, nacionalidade, dentre outras, que são tensionadas em pesquisas que analisam: práticas discursivas; práticas jornalísticas em geral, como coberturas relativas à política, violência de gênero, esportes etc., relação com as fontes, dentre outras; posicionamentos editoriais dos veículos etc.