Estudo analisa a apropriação do termo feminicídio na cobertura do JN

A partir da lei que tipifica o crime de feminicídio, promulgada em 09 março de 2015, a imprensa começou a utilizar, gradativamente, o termo feminicídio para definir os crimes praticados contra mulheres pelo fato de serem mulheres. Um estudo realizado pelas doutorandas do PPGJOR/UFSC Gabriela Almeida e Lynara Ojeda, pesquisadoras do Transverso, dedicou-se a analisar “A apropriação do termo feminicídio pelo Jornal Nacional”, principal telejornal da Rede Globo e o maior em audiência no Brasil. O estudo foi apresentado por elas  no 31º Congresso da Associação Nacional de Programas de Pós-Graduação em Comunicação (COMPÓS), no dia 09 de junho, como parte das atividades do Grupo de Trabalho Comunicação e Sociabilidade.

Segundo as doutorandas, a pesquisa se propôs a investigar como o jornalismo contribui para a formação do debate público em torno do feminicídio ao tomá-lo como um problema público. Para isso, o estudo analisou um total de 41 notícias veiculadas nos três primeiros e nos três últimos meses dos anos de 2015, 2016, 2017 e 2018 e nos três primeiros meses de 2019, nas quais a palavra feminicídio foi utilizada.

As pesquisadoras explicam que a análise levou em consideração cinco eixos: quantificação das notícias em que a expressão feminicídio é utilizada por ano; categorização das temáticas das notícias; identificação das fontes; reconhecimento da utilização da palavra nas notícias; e a significação do feminicídio em relação às palavras gênero e sexo.  

Além deste estudo específico, desde 2021 o grupo de pesquisa Transverso tem estudado a cobertura jornalística de feminicídios, principalmente na imprensa de Santa Catarina. O projeto “Os feminicídios em Santa Catarina e a cobertura jornalística: mapeamento de um problema público” fez um levantamento de feminicídios ocorridos no Estado e noticiados partir de 2015, e tem analisado o modo como esses crimes são tratados em mídias jornalísticas. O projeto conta com apoio e financiamento de editais da PROPESQ/UFSC (nº 01/2020) e da Fapesc – Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (nº 26/2020).

 Mais informações sobre o projeto aqui.