
A professora Terezinha Silva, que está em período de pós-doutorado na Universidade de Sevilha, na Espanha, onde desenvolve pesquisa sobre cobertura jornalística de feminicídios, esteve nesta quarta-feira, 10 de janeiro, na Faculdade de Ciências da Informação, da Universidade Complutense de Madrid, para uma reunião com as professoras Asuncion Bernárdez Rodal e Graciela Padilla Castillo. A professora Asunción Bernárdez é uma das referências em estudos sobre violência de gênero e comunicação na Espanha. Ela e Graciela Padilla coordenam projeto de pesquisa sobre a atuação de movimentos masculinistas que disseminam ódio e violência de gênero em redes sociais digitais, que conta com a participação das professoras Daiane Bertasso, Fernanda Nascimento e Terezinha Silva, integrantes do grupo de pesquisa Transverso/PPGJOR/UFSC.
O projeto, denominado “La ‘manosfera’ en las redes sociales: produsage cultural para revertir los estigmas de gênero y la cultura del ódio”, teve inicio em setembro de 2023 e conta com financiamento do Ministério da Ciência e Inovação da Espanha, Agência Estatal de Pesquisa e União Europeia. Tem duração prevista para quatro anos e reúne pesquisadoras e pesquisadores da Espanha, Brasil, Portugal e Estados Unidos. Do Brasil, participam as professoras Daiane, Fernanda e Terezinha.
Partindo de uma perspectiva interseccional e ecofeminista, o projeto tem como objetivo final fomentar a produção e o avanço de conhecimento científico sobre a Manosfera (subcultura masculinista e misógina) nas redes sociales, visando a busca de soluções ao desafio social através da produsage (produção e uso) cultural como ferramenta para reverter o estigma de gênero e a cultura de ódio.
A professora Terezinha explica que o projeto dá continuidade para pesquisa que foi desenvolvida antes por colegas da Universidade Complutense de Madrid – também sob a coordenação das professoras Asunción Bernárdez e Graciela Padilla -, e que agora se amplia envolvendo pesquisadoras(es) de outros países. Segundo Terezinha, o projeto tem um caráter multi e interdisciplinar que incorpora as áreas temáticas de gênero, comunicação e redes sociais digitais. Para ela, combater a violência de gênero é um desafio que implica ações e compromissos efetivos de muitas instituições e atores em diferentes frentes de atuação, inclusive na área da comunicação, da produção jornalística e da circulação de conteúdos nas redes digitais. Neste sentido, disse, a reunião na Complutense foi importante para a discussão sobre o andamento do projeto na Espanha e das atividades que as pesquisadoras do Transverso já vêm desenvolvendo sobre o tema no Brasil.