Transverso participa da fundação da Rede de Pesquisa Antonietas

A professora Daiane Bertasso, coordenadora do Transverso, e a doutoranda Thais Araujo representaram o Grupo na fundação da Rede de Pesquisa Antonietas – Jornalismo, Gênero e Interseccionalidades, durante o 21o. Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor). O evento foi realizado na Universidade de Brasília (UnB), entre os dias 8 e 10 de novembro.

O Transverso tem entre as participantes pesquisadoras que se dedicam, há algum tempo, aos estudos de Gênero, como a doutora Jessica Gustafson, autora do livro “Jornalistas e feministas – a construção da perspectiva de gênero no Jornalismo”, e a professora Fernanda Nascimento.

Daiane ressaltou que a criação da rede, cujo nome é uma homenagem à catarinense Antonieta de Barros – jornalista, professora e parlamentar negra, uma das três primeiras mulheres eleitas no Brasil, um ícone da luta por educação e justiça para todas e todos – foi o principal resultado da interlocução coletiva na coordenada “Jornalismo, gênero, sexualidades e identidades étnico-raciais: as pesquisas no Brasil”.

A professora destacou, ainda, que diversas pesquisadoras do Transverso estão engajadas na criação da Rede, que, acredita, será um importante elo para fortalecer as pesquisas em jornalismo pela perspectiva de gênero interseccional. “A criação da Rede Antonietas renova as esperanças de um futuro para o Jornalismo que considere as epistemologias feministas, o protagonismo das mulheres jornalistas e os estudos de gênero pela perspectiva interseccional, que enfatiza a importância de considerar a diversidade das pessoas, levando em conta marcadores das identidades sociais como gênero, sexualidade, raça, etnia, classe social, territorialidades, entre outras”, acrescentou.

Jessica Gustafson também ressaltou que a rede é consequência da trajetória de diversas pesquisadoras que há alguns anos vêm se esforçando para pensar o Jornalismo a partir de uma lente de gênero, analisando o quanto ele “produz e reproduz questões que envolvem gênero, sexualidade, raça, etnia, refletindo no potencial transformador do Jornalismo dessas relações desiguais”. 

Para ela, a criação da Rede Antonietas tem duas consequências principais: a possibilidade formativa das pesquisadoras e a de coalizão entre elas.

“Recebo a formalização da rede com muita alegria. Acredito que ela contribui para que nós, pesquisadoras, possamos nos conhecer melhor, trocar nossos conhecimentos, nossas frentes de pesquisa sobre a temática e trabalhar a partir de certas proposições já abordadas por outras pesquisadoras, conhecendo o que circula dentro do Brasil nessa área. Ela é, portanto, um espaço de compartilhamento, mas também de coalizão. Vai nos permitir unir esforços para a consolidação ainda mais efetiva dessa área dentro do campo do Jornalismo. Mesmo que a gente já tenha uma quantidade bastante positiva de pesquisas, é uma área emergente, que tende a crescer ainda mais e com muitas possibilidades de abordagens”, avaliou.